“Farinha é pouca, meu pirão primeiro”, já dizia o velho ditado popular e alguém que queria te provar que se preocupar com os outros não leva a nada, e que o seu espaço e os seus benefícios devem vir antes dos problemas e prioridades dos outros.
Sem contar na crença de que nós devemos nos cuidar prioritariamente e nos amar para de fato conseguir amar e fazer algo por alguém. E a convicção de que tudo na vida é uma competição, e se você não lutar e conquistar o seu lugar, alguém ficará com ele. Mas fora esses conceitos da moral e dos bons costumes,
será que vale mesmo a pena esquecer os outros para ter sucesso?
Conheça uma conclusão científica
O pesquisador de pós-doutorado Alexander J. Stewart e o professor Joshua B. Plotkin demostraram matematicamente que a cooperação e a generosidade obtiveram maior sucesso no processo de desenvolvimento natural. Eles analisaram as descobertas dos biólogos William Press e Freeman Dysondo em relação ao chamado “Dilema do Prisioneiro”, um problema discutido na Teoria dos Jogos de John Nash, o matemático interpretado pelo Russell Crowe no filme "Uma Mente Brilhante".
A Teoria dos Jogos não se atém a qualquer julgamento moral e sim a compreender lógica dos processos de decisão e equacionar matematicamente conflitos de interesse que acontecem o tempo todo na sociedade; e ajudar a responder perguntas como: o que é preciso para haver colaboração entre os jogadores? Em quais circunstancia o mais racional é não colaborar? Que políticas devem ser adotadas para conseguir a colaboração entre os jogadores?
O Dilema do Prisioneiro é um jogo que trabalha com a questão do interesse dos jogadores em maximizarem seus ganhos pessoais. O jogo acontece em uma situação de disputa entre duas pessoas, sendo que suas ações terão implicações diretas no que irá acontecer com o adversário. A cooperação gera um equilíbrio no resultado, no entanto, a cooperação de um e o egoísmo do outro resultará na vantagem máxima para o segundo e desvantagem máxima para o primeiro.
E a cooperação?
Stwart e Plotkin analisaram o dilema de outras perspectivas inspirados na observação da própria natureza e na forma como os seres vivos sempre agem em cooperação, e o inseriram em um contexto mais amplo no qual haveria vários jogadores, uns contra os outros, e não apenas dois, demonstrando assim um contexto mais real. Nesse caso, os que obtivessem maior sucesso “reproduziriam” mais e passariam suas estratégias para as próximas gerações.
Acontece que em longo prazo, a generosidade com os oponentes traz muito mais benefícios, e os egoístas acabam ganhando menos que os oponentes que cooperaram. Eles provaram por equações matemáticas que só as estratégias generosas podem sobreviver, ao colocar o dilema do prisioneiro no cenário evolutivo humano. Quer dizer que, ser egoísta pode até ter vantagens, mas a cooperação te manterá no jogo por mais tempo.
Fontes:
Cooperação é mais vantajosa que egoísmo, diz pesquisa - www.ecycle.com.br
Tudo está em jogo - super.abril.com.br
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