Trabalho: Como será no futuro?

 

Tiago Mattos  que é futurista na Aeroli.to e Diretor de Whatever na Perestroika (sim, estes são cargos do mundo real), propôs uma bela reflexão em seu facebook sobre a maneira como trabalhamos. Recomendamos o texto especialmente para quem vê a cena clássica do Charlie Chaplin em “Tempos Modernos” e acha que não sobraram fragmentos daquilo que é expresso no filme:

 

O quanto a sua empresa ainda pensa de forma industrial?

Linear, segmentado, repetitivo e previsível.
Assim é o mindset da Revolução Industrial.
Basta imaginar uma linha de montagem e fazer as correspondências.
Um fluxo de trabalho linear.
Com grupos de pessoas fazendo tarefas específicas.
Repetindo essa mesma tarefa diariamente.
Sabendo exatamente como deve receber o trabalho e como passá-lo adiante.
Assim é uma fábrica.
Mas e as nossas empresas?
Não são assim também?
Reflita: o seu fluxo de trabalho não é linear?
Com grupos de pessoas fazendo tarefas específicas?
Repetindo essa mesma tarefa diariamente?
Sabendo exatamente como o trabalho chega e como ele deve seguir adiante?
A maioria das empresas opera dentro do mindset industrial.
Mesmo na indústria criativa, que tanto gosta de romper padrões, os processos costumam ser assim.
Mesmo nas startups, com nativos digitais, costuma ser assim.
E esse é um perigo.
Porque o mundo que nos cerca em 2015 é diferente.
É não-linear, conectado, multidisciplinar e exponencialmente imprevisível.
Nos próximos dez anos, as empresas, os empregos e os fluxos organizacionais sofrerão a maior revolução da história.
Por melhor que seja o seu trabalho, se for pensado de maneira industrial, ele não terá a menor chance contra a lógica exponencial.
É hora de entender a mudança.
Aplicar a mudança.
E saborear a mudança.
Ou você saboreia a mudança, ou a mudança engole você.

 

E isso não é tudo

Na edição de julho de 2008 (é, já faz tempo) a Revista Galileu fez uma matéria sobre o futuro do trabalho e aqui reproduzimos ipsis litteris 4 pontos cruciais do texto:

- Em vez de grandes conglomerados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em comum;

- Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos;

- Esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma palavra caminhando para o desuso. O mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas. Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar ao redor do globo, em qualquer horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de produção;

- Mas o que vai surgir no lugar dele é mais racional, moderno e, se tudo der certo, mais prazeroso.

Como assim?



Sim, trabalho não é mais um resumo de fardo, sacrifício ou obrigação. Ele retoma um conceito antigo, no qual dignifica e complementa o ser humano. Ele vem a ser visto como realização pessoal para as novas gerações, que se permitem engajar-se em um trabalho se ele tiver relevância para ele e para sociedade. Talentos serão aproximados se acreditarem no que executam e puderem executar de maneira apaixonada.

No livro “Maslow no Gerenciamento”, o Prof. Abraham H. Maslow afirma: “As únicas pessoas felizes que conheço são as pessoas que estão trabalhando direito em algo que consideram importante. Todos os seres humanos preferem trabalho com significado a trabalho sem significado”.

Portanto, a realização profissional e pessoal tem uma ligação íntima, e isso não se resume apenas a folha salarial do final do mês, vai muito além. É no dia a dia do trabalho; no resultado e na satisfação; na amizades feitas; nos conhecimentos compartilhados; e no valor que o trabalho tem em sua vida pessoal.

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